
A candidatura do Partido Socialista à Câmara Municipal de Cascais organizou, no passado dia 21 de junho, o Fórum Cascais 2030, na Escola Secundária Helena Cidade de Moura, em Alcabideche. O objetivo foi claro: recolher contributos para um programa eleitoral participado, com base em quatro eixos fundamentais — Habitação, Economia e Mobilidade, Educação e Saúde e bem-estar.

O evento reuniu dezenas de militantes, simpatizantes e especialistas. Estiveram presentes ex-ministros e secretários de Estado, professores universitários, dirigentes públicos e representantes do tecido empresarial local — todos com o propósito de refletir e propor soluções para os desafios que Cascais enfrenta.
Miguel Costa Matos, responsável pela preparação do programa eleitoral, saudou, na abertura do evento, a contribuição dos participantes para o “projeto de todos os socialistas e de todos os cascalenses”.
“Este Fórum não termina hoje. É o início de um novo ciclo, construído com quem vive Cascais por dentro, conhece os obstáculos e reconhece as oportunidades”, afirmou João Ruivo, candidato do PS à Câmara Municipal, no encerramento do evento. “Não é possível apresentar ideias sem ouvir quem sabe dos temas e quem conhece a realidade no terreno.”
Habitação: regular o mercado, responder às necessidades
No painel dedicado à Habitação, Marina Gonçalves (ex-ministra da Habitação) criticou a Câmara por não dar seguimento à Carta Municipal da Habitação, sublinhando que “sem dados, não há prioridades nem soluções”. Já Susana Santos, vereadora em Odivelas, defendeu programas públicos como o “Primeiro Direito” e o “Arrendamento Acessível”, alertando para a necessidade de aumentar o parque público de habitação.

Economia e Mobilidade: emprego e transportes para fixar população
No debate sobre Economia e Mobilidade, Frederico Francisco, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, defendeu a modernização dos transportes públicos em Cascais, aproximando-os de “uma lógica de metro, mais conectada com a região”. Armando Correia, Presidente da Associação Empresarial de Cascais, alertou para a falta de polos empresariais e tecnológicos no concelho: “Sem inovação, perdemos recursos e não conseguimos fixar população.”

Educação: mais inclusão e oportunidades para os jovens
O painel da Educação contou com Teresa Lopes, diretora do Agrupamento Ibn Mucana, que defendeu uma maior articulação entre as escolas e as instituições dos bairros, tendo em conta a elevada diversidade cultural dos alunos. Manuel Portugal Lage, administrador da Escola Superior de Saúde de Alcoitão, sugeriu a criação de bolsas de mérito para jovens cascalenses nas universidades do concelho. Já Sofia Pereira, secretária-geral da JS, alertou para a crescente fragmentação entre grupos juvenis nas escolas, sublinhando a importância de políticas de inclusão.

Saúde: prevenção, bem-estar e literacia como prioridades
Na área da Saúde, Ricardo Mestre e Margarida Tavares, ex-secretários de Estado, reforçaram o papel essencial das autarquias na promoção da saúde, destacando áreas como a mobilidade, os espaços verdes e as respostas sociais. A médica Zacharoula Sidiropoulou destacou a importância da literacia em saúde, defendendo que “detetar sinais precoces é mais eficaz do que tratar doenças já agravadas”.

Uma mensagem de futuro
O encerramento do Fórum esteve a cargo de Carla Tavares, presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa e eurodeputada, que criticou a atual gestão camarária por “trabalhar mais para os interesses milionários do que para os cascalenses”.
João Ruivo terminou com uma mensagem clara: “Este é o primeiro passo de um caminho que queremos fazer com todos os que acreditam que Cascais pode e deve fazer melhor. Agora, sabemos onde queremos chegar — e com quem queremos caminhar.”

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